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Air Jordan 60 anos
No ano mais patriota da Era Reagan quando o país foi sede das Olimpíadas de Los Angeles (1984), a Nike decadente procurava desesperadamente por garotos-propaganda, cujo famoso slogan “Just do it” havia saído da boca do assassino Gary Gilmore nos anos 1970, pouco antes da sua condenação à morte por fuzilamento. Foi dito, na verdade: “Let ‘s do it”, antes do slogan ser substituído pelo publicitário Dan Wieden. AIR: A História Por Trás do Logo (2023) foi dirigido, atuado e roteirizado por Ben Affleck e Matt Damon de forma objetiva, positiva e otimista; envolto numa espetacular trilha sonora oitentista escolhida a dedo; em vez de perder tempo demonizando o mercado publicitário capitalista. Dessa forma, o espectador acaba torcendo pelo sucesso daqueles empreendedores esforçados em razão da confiança messiânica depositada na revelação do basquete masculino universitário, na época, que surpreendentemente teve uma considerável participação nos lucros daquela empresa de calçados; assim como George Lucas na marca “Star Wars”. Era tudo ou nada contra a rival, Adidas, cujo nome do fundador Adolf Dassler, mistura o apelido do empresário (Adi) e as três primeiras letras do seu sobrenome (Das). Na trama, o visionário Sonny Vaccaro (Matt Damon) ao assistir diversos jogos de Michael Jordan (Damian Young) no seu videocassete vai até à casa dos pais dele: Deloris e James (Viola Davis e Julius Tennon — casados na vida real) com o intuito de fechar o maior negócio da sua vida; complementado na biografia documental em 10 capítulos: Arremesso Final (2020).
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Tal como em “Air”, a introdução em Jerry Maguire: A Grande Virada (1996) encanta o espectador mais velho pelos incríveis acordes da guitarra de “Money For Nothing”, além da família ficar acima do dinheiro. Outra coincidência do longa de Cameron Crowe é que após a sua epifania, Jerry (Tom Cruise) decide investir todas as fichas num único cliente: o problemático receptor de Futebol Americano, Rod Tidwell (Cuba Gooding, Jr.). Até os anos 1970 o atleta jogava por honra, excelência e superação dos limites em vez de fama e fortuna. Rod deixou de ser materialista quando passou a jogar com o coração e não apenas com a cabeça: “Show Me The Money“. A jovem colega Dorothy (Renée Zellweger) foi a única que acompanhou aquele gerente esportivo demitido após ela ler a sua Declaração de Missão sobre a desonestidade no gerenciamento esportivo, cujo desejo de Jerry era ter um relacionamento qualitativo: mais atencioso com os clientes, porém, menos rentável para a empresa onde trabalhou; embora o principal motivo que a levou ao altar fosse a incrível sintonia de Jerry com o seu adorável filho pequeno, Ray (Jonathan Lipnicki), abandonado pelo pai biológico.
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Tetris (2023) é o jogo mais popular em 195 países, cujo criador é o programador russo Alexey Pajitnov (Nikita Yefremov): funcionário do Centro de Computação da Academia Russa de Ciências com apenas um monitor de tela verde á disposição, além dos caracteres do teclado; sem ganhar nenhum centavo pelos direitos autorais – naquele mesmo ano de 1984 – já que no Comunismo não existe meritocracia ou competitividade alguma. Dessa forma, Tetris foi licenciado e gerenciado pela empresa estatal soviética ELORG; sendo exportado com o slogan “Dá Rússia com amor”. Ocorre que em 1988 numa feira de ciências em Las Vegas o designer Henk Rogers (Taron Egerton) se encantou pela sincronicidade matemática daquele jogo viciante num fliperama despretensioso, de modo a investir a casa da sua família para ir além da ”Cortina de Ferro” diversas vezes – vigiada pela KGB por todos os lados, sob o risco de ser preso ou morto a qualquer momento -, visando adquirir os direitos do game para a Nintendo, incluindo PC, console e fliperama: contra a Atari, SEGA e o magnata da mídia, Robert Maxwell (Roger Allam) à la George Soros. Na trama, Rogers consegue uma audiência com o CEO da Nintendo, Hiroshi Yamauchi (Togo Igawa); e logo o jogo acaba sendo acoplado ao Game Boy no lugar do Super Mario. A filha chateada com aquele pai ausente, acaba se tornando sua sócia na The Tetris Company ao lado do criador russo após o colapso da União Soviética.
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Nesse sentido, O Homem que Mudou o Jogo (2011): Billy Beane (Brad Pitt), utilizou conceitos de economia, fórmulas matemáticas e estatísticas elaboradas pelo estudante recém-formado em economia, Peter Brand (Jonah Hill); contrariando os olheiros e os conselheiros caquéticos de um time pequeno com a metade do orçamento dos times grandes. A estratégia foi contratar jogadores rejeitados pelos seus trejeitos, maneirismos ou pela aparência física em vez do mérito; obrigando o treinador, interpretado por Philip Seymour Hoffman, a escalá-los de qualquer maneira. Após o sucesso no Oakland Athletics, Billy recebeu uma proposta astronômica para gerir o famoso Boston Red Sox, mas optou continuar ao lado da filha Casey (Kerris Dorsey) na Califórnia até a sua aposentadoria; uma vez que os princípios daquele ex-atleta fracassado estavam acima do dinheiro: encarado apenas como um símbolo do seu sucesso. O Boston é conhecido pela “Maldição do Bambino” após vender seu principal atleta com esse apelido depois do título de 1918, permanecendo por causa disso 86 anos na fila; até o time ser campeão da World Series em 2004, dois anos depois de colocar em prática as teorias introduzidas por Billy e Brand. “Moneyball” é uma metáfora sobre inovação, superação e escolhas; legado, planejamento, organização, liderança e controle por desafiar um sistema defasado.