Críticas – Cruella (2021), O Diabo Veste Prada (2006), Sex And The City (2008), Cinderela em Paris (1957), Bonequinha de Luxo (1961)

Estilosas vilãs e bonequinhas de luxo nas capitais da moda 

Cruella (2021), interpretada por Emma Stone, é a versão adolescente de O Diabo Veste Prada (2006), cujo figurino Punk Rock britânico do final dos anos 1970 está envolto numa trilha sonora deliciosa entre Bee Gees e Black Sabbath. Na trama, a vilã clássica da animação sessentista, 101 Dálmatas, foi rebaixada a uma ladra de má índole desde criança; em contraste com a crisálida Stella, cujo nome é o verdadeiro de batismo.

Já Andy Sachs (Anne Hathaway) é uma versão alternativa, simplória e muito menos extravagante da órfã de cabelo alvinegro, Stella. A interiorana recém formada em jornalismo se envolveu por acaso no mundinho materialista da moda, mas ao contrário da ardilosa Stella, pediu demissão do cargo na Runway Magazine, antes de ser dominada por completo por aquele ambiente poluído que a afastou da vida singela: ao lado do namorado sincero e das pessoas de boa índole com quem se identificava; de onde nunca deveria ter saído.

 

O Diabo Veste Prada foi baseado no best-seller homônimo de Lauren Weisbeger: a jornalista recém-formada trabalhou por quase um ano como assistente da editora-chefe da revista Vogue americana, Anna Wintour; quem inspirou Miranda Priestly (Meryl Streep). A lunática Baronesa Von Hellman do longa dirigido por Craig Gillespie (Eu, Tonya) também foi inspirada em Anna Wintour, capaz de matar pessoas sem desprezar os funcionários como a famigerada estilista do início do início do século XXI. A aristocrata esnobe, interpretada brilhantemente por Emma Thompson, organiza pomposos bailes de máscaras, bem lucrativos, ao estilo de O Fantasma da Ópera, enquanto Miranda é mais exigente e intransigente, porém, consciente de que é a melhor naquilo que faz, gerando uma tensão insuportável ao ambiente de trabalho. Nigel (Stanley Tucci), o Personal Style e Personal Shopper de Andréa (Hathaway), tem a mesma cara e a careca do empregado daquela baronesa caricata, Boris (Mark Strong) que adotou a humanizada Cruella de modo a aconselhá-la, também. Gisele Bündchen faz uma participação especial e marcante no filme de 2006.

Em Sex And The City – O Filme (2008),  Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) esteve tão ocupada com os preparativos do glamouroso casamento nova-iorquino, concentrada apenas nas roupas de marca e nas centenas de convidados chiques para impressionar, que a famosa escritora esqueceu de dar uma atenção especial ao noivo Mr. Big (Chris Noth): em estado de pânico enquanto sofria calado só de pensar em assumir tamanha responsabilidade na igreja pela terceira vez; sob os holofotes nervosos da ambiciosa imprensa especializada. Um fiasco, graças ao amparo das amigas inseparáveis: Samantha (Kim Cattrall), Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon) não teve maiores consequências. 

Sarah Jessica Parker se inspirou no figurino à la Givenchy de Audrey Hepburn – iluminado de joias da Tiffany’s pelo corpo enquanto ela tomava café em frente a loja centenária – e nas outras musas como Grace Kelly que ditaram as tendências da moda e da alta costura na Era de Ouro de Hollywood. A Bonequinha de Luxo (1961) de cara engraçada (Funny Face), vestida de cinza, a exemplo da Gata Borralheira, não conseguiu arrumar um marido milionário brasileiro, apesar das aulas de português de Portugal em fita, mas se deu bem na carreira de modelo devido ao ensaio fotográfico para a revista Quality. A bibliotecária filosofa, Jo Stockton (Audrey), aderiu ao movimento “empaticalista”, transformando-se numa Cinderela em Paris (1957) após namorar o fotógrafo Dick Avery (Fred Astaire), quem sapateava muito bem. A cena daquela intelectual deslizando sobre a estante de livros foi homenageada pela animação, A Bela e a Fera em 1991, cuja protagonista, Bela, também é hostilizada por amar os livros no meio daqueles analfabetos medievais.

Cruella (Idem | EUA, 2021)
Direção: Craig Gillespie
Roteiro: Dana Fox, Tony McNamara (Baseado no universo da obra literária de Dodie Smith)
Elenco: Emma Stone, Emma Thompson, Mark Strong, Joel Fry, Paul Walter Hauser, Emily Beecham, Kirby Howell-Baptiste, Tipper Seifert-Cleveland, John McCrea, Kayvan Novak, Jamie Demetriou, Abraham Popoola, Leo Bill, Javone Prince, Steve Edge, Paul Chowdhry, Ziggy Gardner, Joseph MacDonald, Niamh Lynch, Andrew Leung
Duração: 134 minutos 

O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada) –  EUA, 2006.
Direção:  David Frankel.
Roteiro: Alinne Brosh Mckenna.
Elenco: Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt, Adrien Grenier, Stanley Tucci, Daniel Sunjata, John Rothman, Simon Baker.
Duração: 109 min.

Sex And The City 6 de junho de 2008 No cinema / 2h 25min / ComédiaRomance Direção: Michael Patrick King Roteiro Michael Patrick KingCandace Bushnell Elenco: Sarah Jessica ParkerKim CattrallCynthia Nixon Título original Sex and the City – The Movie

Cinderela em Paris 30 de junho de 2020 na Amazon Prime Video / 1h 43min / Comédia RomanceMusical Direção: Stanley Donen Roteiro Leonard GersheElenco: Audrey HepburnFred AstaireMichel Auclair Título original Funny Face

Essa imagem tem um atributo alt vazio; o nome do arquivo é nota-35.jpg

Bonequinha de Luxo 13 de novembro de 1961 No cinema / 1h 55min / Comédia dramática Direção: Blake Edwards Roteiro Truman Capote Elenco: Audrey HepburnGeorge PeppardPatricia Neal Título original Breakfast at Tiffany’s

Essa imagem tem um atributo alt vazio; o nome do arquivo é nota-35.jpg

Deixe um comentário