Crítica – Gladiador (2000)

Gladiador

Pax Romana às avessas

 O diretor Ridley Scott reconstituiu a Roma Antiga de forma primorosa, embalado na trilha sonora empolgante de Hans Zimmer. O colossal Coliseu era uma elipse de 15 andares que acomodava gratuitamente até 80 mil espectadores com vista privilegiada para uma arena com as mesmas medidas de um campo oficial de futebol, repleta de tigres e leões comedores de escravos; crianças, mulheres, velhinhos e cristãos martirizados. Na verdade, o imperador Marcus Aurelius (Richard Harris) nunca cogitou proibir esses jogos sangrentos tampouco a volta da República: colapsada justamente em razão das lutas entre o povo e os aristocratas, enquanto o vilão maniqueísta: Cómodo (Joaquin Phoenix),- identificado pelo clássico modelo do déspota militar, – na realidade foi um homem seguro que assinou um acordo de paz com as tribos germânicas. Cómodo reinou ao lado do pai até o estóico imperador  morrer de peste, ao invés de ter sido assassinado como sugere este longa-metragem. A morte do último dos cinco Imperadores Adotivos marcou o fim da Pax Romana, em cujo período augusto coincide com a encarnação de Jesus na Terra; o fim da República e o início do Império Romano. Na trama, Cômodo manteve a política maquiavélica do Pão e Circo, a fim de hipnotizar o público e evitar novas rebeliões, apesar da irmã Lucilla (Connie Nielsen) tentar derrubá-lo de todas as formas com a ajuda do senador Gracchus (Derek Jacobi). Idolatrado pela galera, o “Gladiador” Maximus (Russell Crowe) foi um general fictício inspirado no virtuoso general conservador: Cincinnatus.

 

Gladiador. Direção: Ridley Scott. Épico. (Gladiator, EUA – 2000, 155 min). 14 anos. Elenco: Djimon Hounsou, David Schofield, John Shrapnel, Tomas Arana, Ralf Möller, Spencer Treat Clark, David Hemmings, Tommy Flanagan, Swen-Ole Thorsen Nota: 3,5

Nota - 3,5

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