Críticas – Contos de Natal (1951), Adorável Avarento (1970), O Conto de Natal do Mickey (1983), Os Fantasmas Contra Atacam (1988), Os Fantasmas de Scrooge (2009)

Tempo de rever a vida

O Natal é o período ideal para renascer da água e do espírito, perdoar e se arrepender, de modo a expiar os pecados e reparar os erros do ano ou da vida inteira.

A Christmas Carol (Um Conto de Natal) é o romance natalino mais famoso da literatura inglesa e norte-americana publicado em 1843. O livro foi escrito em menos de um mês a fim de pagar as dívidas do autor, mas foi adaptado inúmeras vezes para o cinema e para a televisão. Nascido em uma família miserável da época vitoriana militarmente forte, politicamente avançada e comercialmente potente, cujos reflexos da revolução industrial do capitalismo nascente penetravam no dia a dia das pessoas. As oportunidades pulsantes foram agarradas por Charles Dickens com unhas e dentes na hora certa, e fizeram dele um rico romancista bem-sucedido, fruto de muito esforço e dedicação. Contos de Natal de 1951 foi a primeira adaptação para o cinema em destaque, ainda em preto e branco, mas com avançados efeitos especiais aos espíritos com corpos fluídicos transparentes, passando um realismo impressionante. O musical de 1970, Adorável Avarento é tão alegre quanto irônico, e aterrorizante porque como diz o ditado secular: “ridendo castigat mores”. A cena da morte do velho ranzinza faz parte do típico humor sarcástico que marcou os anos 1970.

Os Fantasmas Contra Atacam com Bill Murray e Richard Donner na direção não poderia ficar de fora, uma versão moderna e divertida sem perder a essência do clássico literário.

Os desenhos animados mais famosos já ganharam adaptações divertidíssimas, entre elas, um episódio especial dos Smurfs, do Patolino, dos Muppets, dos Flintstones, da Barbie, do tio Scrooge do Pica-Pau e até do Batman. Contudo, a melhor adaptação foi a Disney quem fez em 1983 e em 2009. Essa última, intitulada Os Fantasmas de Scrooge, foi dirigida por Robert Zemeckis e protagonizada por Jim Carrey, seguido de Gary Oldman, Colin Firth e Robin Wright, além de uma canção na voz inconfundível de Andrea Bocelli.

Por fim, O Conto de Natal do Mickey (1983) acontece sete horas antes do Natal de 1843. Na trama, Ebenezer Scrooge (Tio Patinhas, cujo nome original em inglês é Scrooge McDuck) administra seu escritório de contabilidade com a ajuda do empregado mal remunerado, Bob Cratchit (Mickey Mouse) e o apoio moral do alegre sobrinho Fred (Pato Donald), o qual pertencia também ao falecido sócio, Jacob Marley (Pateta), que morreu há exatos 7 anos. Seu espírito que vaga pelo mundo com pesadas correntes nas costas informou ao decano ranzinza que ele iria receber a visita dos fantasmas do Natal passado, do Natal presente e do Natal futuro. O tamanho e o peso das correntes é proporcional aos pecados cometidos intencionalmente durante a vida pregressa que se esvaiu. O primeiro espírito (Grilo Falante) relembrou ao mal-humorado como o grande amor da sua vida foi substituída pelo dinheiro que a traça corrói em pouco tempo, pois o pão-duro executou a hipoteca do chalé que a noiva Isabel (Margarida) havia reservado para a lua de mel do casal. Afinal, não se pode servir a Deus e a Mamon. Já o segundo fantasma (Willie, o Gigante), apresentou o filho mais novo de Bob que conseguiu amolecer um pouco o coração de pedra do velho sovina, enquanto o último (Bafo de Onça) demonstrou a necessidade urgente dele mudar aquele comportamento mesquinho que o levaria direto ao fogo do inferno em pouco tempo, a exemplo de Paulo de Tarso e Maria Madalena.

Contos de Natal (1951) – Nota: 4,0/5,0
Adorável Avarento (1970) – Nota: 5,0

Os Fantasmas Contra Atacam (1988) – Nota: 4,0/5,0
Os Fantasmas de Scrooge (2009) – Nota: 4,0/5,0

O Conto de Natal do Mickey (1983) Nota: 5,0